Saiba o que é a dermatite atópica e descubra como tratá-la

por Carolina de Andrade
Saiba o que é a dermatite atópica e descubra como tratá-la

A doença é mais comum do que se pode imaginar e confundida com alergia

Por Anelise Wickert e Carolina de Andrade

Erupções e lesões na pele, descamação, vermelhidão e o principal sintoma da doença: coceira. Essa é a realidade dos portadores da dermatite, uma inflamação na pele que pode ser divida entre atópica e de contato. A principal diferença é que a de contato é caracterizada por algum objeto ou substância que gera o machucado, além de haver um tratamento curador. Já a atópica (D.A) é crônica, e a inflamação pode decorrer de fatores genéticos, alterações na imunologia ou nas funções da barreira de proteção da pele.

Atualmente ainda não se sabe o que gera a dermatite atópica, mas jé é comprovado que a doença não é contagiosa, segundo uma cartilha informativa divulgada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

A dermatite é uma alergia? 

A dermatite é uma inflamação na pele, mas que pode estar associada à alergia. O portador pode haver um histórico pessoal e familiar de, por exemplo, alergias respiratória, que vem a ser uma influência. Além disso, em até 30% dos casos de dermatite atópica, pode estar ligado a uma alergia alimentar.  

A dermatite atópica geralmente se manifesta já nos primeiros meses de vida de uma criança e muda conforme o crescimento, podendo ter um intervalo de meses ou anos entre as crises, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Abaixo dos dois anos de idade, as lesões geralmente atingem as bochechas, tronco, pernas e braços. Nos adolescentes e adultos, tendem a predominar a região da face, pescoço, mãos e pés, explica Kerstin Taniguchi Abagge, dermatologista e presidente da Sociedade Paranaense de Pediatria (SPP). 

Saiba quais são os sintomas 

Carolina de Andrade

Histórias de quem convive com a doença

Portadora da dermatite atópica há 16 anos, a estudante Gabriele de Lima conta que passou por vários dermatologistas até encontrar um que proporcionasse uma qualidade de vida e um tratamento eficaz. Até então, não tinha condições de manter o tratamento com corticóides, remédios e hidratantes. As manchas deixadas pelas lesões na pele passaram a incomodar a jovem na adolescência, comprometendo sua autoestima.

“Hoje eu tenho manchas por todo o corpo e problemas psicológicos devido ao medo e vergonha que tive durante minha infância e adolescência. Agora na fase adulta da minha vida eu consigo cuidar da minha pele de uma forma melhor” diz Gabriele. Atualmente procura evitar banhos quentes e consumir de alimentos industrializados, além de procurar lavar suas roupas com vinagre e sabão de côco.

Desde os três meses de idade a estudante Pietra Moura convive com a doença, que também é do tipo atópico. Há três anos as lesões tem se manifestado apenas na mão. “Se aprende a viver com a dermatite, às vezes piora e as vezes melhora. O emocional também conta muito” diz a jovem, que também mantém uma rotina de cuidados para manter o controle das lesões.

                                                                                                                                                                      Acevo pessoal Dermatite atópica 

 

Grupos de apoio podem ajudar no tratamento da dermatite

O tratamento da dermatite envolve educação dos pais e do paciente quanto aos fatores desencadeantes das crises. Além disso, uma hidratação intensiva e o uso de medicamentos locais para diminuir a inflamação da pele. Em casos graves, há o uso de medicamentos via oral, diz a dermatologista Kerstin Taniguchi Abagge. Confira o vídeo com dicas dos especialistas para o controle da dermatite.

É importante ressaltar que o diagnóstico da dermatite ou de alergias deve ser feito por um médico alergologista, dermatologista ou clínico geral. Para aqueles que já convivem com a doença, existem grupos de apoio a portadores com o objetivo de trocar experiência e esclarecer dúvidas sobre a doença.

Um deles é o Clube da Dermatite, uma parceria entre o Hospital de Clínicas e da Sociedade Paranaense de Pediatria (SPP), com reuniões mensais. Existe ainda a Associação de Apoio à Dermatite (AADA) que disponibiliza materiais e endereços de locais e eventos de suporte a doença no país.  No Facebook, o grupo Dermatite Atópica reúne mais de 17 mil membros de todo o Brasil que trocam informações sobre o assunto.