Será verdade que Eder Borges teve seu mandato de vereador cassado por compartilhar um meme?

por Vinicius Bittencourt
Será verdade que Eder Borges teve seu mandato de vereador cassado por compartilhar um meme?

Por Guilherme Araki, Tiago Carraro e Vinicius Bittencourt

Em vídeo compartilhado no TikTok pelo perfil murilobossolan27, no dia 27 de maio, com 2713 visualizações em três dias de circulação, o autor afirma que a cassação do mandato do vereador Eder Borges (PP) teria como base o compartilhamento de um meme através das redes sociais. Com a legenda “absurdo dos absurdos aqui em Curitiba-PR”, Murilo define o processo como “uma palhaçada”.

@murilobossolan27 Pedimos que seja feita justiça! Cassem Renato Freitas! #politicacuritiba #comunismonao #esquerdanuncamais #jovenscristaos #camaravereadorescuritiba #renatofreitas #ederborges ♬ som original – Murilo Bossolan Guilherme

Será verdade essa afirmação? Não, é falsa.

 

Eder Borges foi alvo de um processo movido pela APP-Sindicato (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Paraná) por difamação, após ter publicado na internet uma montagem com informações falsas que atacava alunos e professores durante a onda de ocupações de escolas por secundaristas no Paraná em 2016 contra a reforma do Ensino Médio de Michel Temer. 

A publicação mostra uma foto da fachada do Colégio Estadual do Paraná, ocupado por estudantes secundaristas, dando destaque a uma bandeira vermelha, e ao lado, coloca a imagem de uma bandeira vermelha com o símbolo do comunismo. Na postagem o texto afirmava ser uma bandeira comunista hasteada no colégio, com os dizeres “APP faz isso com seu filho”, se referindo ao sindicato dos professores e funcionários de escolas.

A acusação contra Eder Borges foi de quebra de decoro parlamentar, punida com a perda de mandato. O Conselho de Ética e a Mesa Diretiva da Câmara dos Vereadores de Curitiba tiveram como base o artigo 22 da Lei Orgânica do Município, que diz que o vereador que for condenado pela justiça poderá ser cassado. O caso foi transitado na justiça comum pela 4ª Turma Recursal dos Juizados Especiais de Curitiba.

Portanto, diferente do que Murilo Bossolan afirma em seu vídeo, Eder Borges não teve o mandato cassado por compartilhar um meme, mas sim por publicar informações falsas que atacavam os estudantes que protestavam e o sindicato dos professores e funcionários de escolas do estado.

O fato demonstra que é preciso sempre realizar uma checagem correta dos dados para não cair em desinformação, que pode impactar diretamente a vida de uma pessoa, de maneira injusta.