Teatro: Dom Quixote e fiel escudeiro voltam às ruas de Curitiba

por Isabella Decolin
Teatro: Dom Quixote e fiel escudeiro voltam às ruas de Curitiba

História contada através de interação com o público e adaptada para a rua  estréia no Festival de Curitiba

Por Isabella Decolin, Bruna Gabardo e Carolina Nassar

A Saga de Dom Quixote e Sancho Pança, apresentada no Festival de Curitiba deste ano, é uma comédia adaptada do clássico de Miguel de Cervantes pela Cena IV Shakespeare CIA, uma companhia de repertório que trabalha em todo o Brasil com a divulgação das obras de Shakespeare, embasadas na formação humana e propondo reflexões sobre o mundo atual.

A peça, encanada na tarde de segunda-feira (1) na Praça Santos Andrade, contou com uma interação intensa e direta com o público, transformando alguns membros da platéia em seus súditos, camponeses e até mesmo reis. Adaptada e produzida por Marcelo Guedes, a apresentação chama a atenção por sua forma de contar o clássico, trazendo referências principais do livro com muitas risadas e ressaltando a comédia pastelão.

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A ideia para a adaptação surgiu no aniversário de 400 anos de morte de Cervantes, quando Marcelo Guedes decidiu homenagear a memória do autor. Segundo ele, com o tamanho do livro de Cervantes, decidiu usar apenas as cenas mais importantes no espetáculo. “Pegamos algumas cenas que são bem conhecidas, como a ‘bênção’ e o ‘moinho de vento’, e ressignificamos os objetos para a reprodução das cenas”.

O espetáculo conta as trapalhadas de Dom Quixote e de seu escudeiro Sancho Pança durante sua trajetória para se tornar um cavalheiro, suas lutas contra monstros e a paixão por Dulcineia. Aborda pontos como a ganância política, falta de amor e compreensão no mundo, que se sobressaem tanto no século XV como nos dias atuais. O processo de criação durou três meses, e foi usado como referência a commedia dell’arte.

O ator Gabriel Marin destaca que em espetáculos, tanto de rua quanto de palco, estarão preparados para adaptar a peça, utilizando sempre as possibilidades de adequá-las a qualquer espaço e local. Gabriel também diz que a interação com o público é essencial.“Sempre tentamos interagir ao máximo, pedir uma palma ou mudar o palco.”

Zeza Freitas, diretora da companhia, ressalta que quiseram fazer peças de Shakespeare, que são o foco da Cena IV, e adicionar mais um clássico. Ano que vem pretendem se apresentar com Shakespeare e ‘Becket’.