Igreja do Bom Jesus dos Perdões

por Ex-alunos
Igreja do Bom Jesus dos Perdões

5 – Igreja do Bom Jesus dos Perdões

Frei Alexandre não esconde a empolgação ao falar da Igreja que rege há quatro anos. Um homem bem apessoado e cuidadoso, mas com um sotaque único de português misturado com carioca. O monge franciscano já esteve em Angola (da onde vem o seu pronunciamento português) e faz bem seu trabalho: conhece cada detalhe da Igreja do Senhor Bom Jesus como um arquiteto conhece sua casa.

A quinta igreja mais antiga de Curitiba começou a ser construída em 1907 e foi inaugurada dois anos depois pelo Monsenhor Alberto Gonçalves no dia 30 de junho. A arquitetura da igreja é única em quase todos os quesitos. O Cristo exposto na fachada é de origem da Escola Espanhola de esculturas religiosas, Frei Alexandre mostra-se orgulhoso ao revelar que, sendo uma característica única desse estilo, os pés de Jesus pregados na cruz não estão cruzados e sim lado a lado. “Reparem nas imagens de Cristo na Cruz que vocês virem,  dificilmente haverá outra igual ao Cristo de nossa igreja” disse animado.

As peculiaridades da igreja não acabam por aí. Em seu estúdio, Alexandre possui um Kalliope, um instrumento musical movido a gás que utiliza grandes discos de aço para tocar automaticamente. O raro instrumento foi trazido pelos Franciscanos alemães que ajudaram a construir a igreja na mesma época em que a Praça Rui Barbosa (onde está localizada a igreja) ainda era conhecida como Largo da Misericórdia. O Frei até faz um comentário sobre a raridade do instrumento, dizendo que “Nenhum de vocês já viu um desses”.

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Conhecedor de cada detalhe e de cada história de sua Igreja, Frei Alexandre mostra-se muito contente ao mostrar pequenos fatos que descobriu ao longo de seus quatro anos cuidando da paróquia. Mesmo sobre assuntos que não tratam sobre religião, como os pássaros que moram em seu jardim, o Frei mostra animosidade ao falar: “Muitos desses pássaros já nasceram aqui dentro da Igreja, por isso que quando chegamos perto deles, eles não se assustam. Ficam apenas olhando com aquela cara de ‘O que você quer aqui?'”.

Mas a verdadeira menina dos olhos do Frei é o estilo arquitetônico da Igreja do Senhor Bom Jesus. Características neo góticas, única em todos os aspectos, cada detalhe conta uma história. Sob as passagens das Chagas de Cristo, cachos de uvas podem ser vistos simbolizando o sangue de Jesus como o vinho. O chão composto por bordas de madeira acabaram se tornando produtos da própria história da Igreja: umidade vem sido acumulada sob o chão desde a reforma que a igreja passou na década de 20, e hoje, as poucos, o chão começa a apresentar problemas de infiltração. Diversas soluções surgiram com o passar dos anos, como os furos feitos nas taboas para o chão “respirar”, mas o Frei reconhece que a infiltração é “um problema  que teremos que lidar”.

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