Senhores do trânsito

por Ex-alunos
Senhores do trânsito

Com 285 carros na frota, os taxistas do Aeroporto Internacional Afonso Pena não escondem o carinho pela profissão. Entre um bate-papo e outro, novas histórias se revelam diariamente

Por José Luiz Moreira

“O táxi pra mim é uma grande aventura”. É assim que Miguel Moreira, 48, define a profissão que exerce há oito anos. Antes de trabalhar como taxista, Moreira era bancário. O universo dos números, planilhas e a constante pressão cotidiana foram os principais motivos para que escolhesse um novo rumo para a vida profissional. Hoje, ele afirma que poder estar em vários lugares num único dia é o mais gratificante no trabalho.

O dia a dia do taxista começa cedo e se estende até a noite. Após a conclusão das obras da Avenida Marechal Floriano Peixoto e da Avenida das Torres, além da melhora no trânsito, Moreira pôde perceber o aumento no número das corridas realizadas. Num dia bom, é possível realizar entre seis e oito viagens, que duram em média 25 minutos cada uma.

“Uma hora estou no centro de Curitiba, outra em Pinhais e quem sabe até em Araucária. É muito bom”, diz o taxista. Durante o período de descanso, a sinuca, o baralho e um bom cochilo são as principais opções para renovar as energias. 

Moreira conta que o revezamento de táxis no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, ocorre de acordo com um sistema de cores. Atualmente, cerca de 285 carros compõem a frota do local. O trabalho se inicia por volta das seis da manhã, horário em que o aeroporto começa a receber primeiros voos do dia.

O presidente do sindicato dos taxistas do aeroporto, Arnaldo Alves Ribeiro, 45, comenta que o mais bacana da profissão é o jogo de cintura, já que o taxista mantém contato direto com todo tipo de público, inclusive estrangeiros. Ribeiro também exerce a profissão há oito anos. Ele auxilia na coordenação juntamente com a prefeitura.

Thatiane Marques, 22, está no táxi há três meses. Como a profissão permite horários flexíveis, ela trabalha com o carro de pai, que é taxista há 15 anos. Thatiane revela que recebe várias cantadas dos clientes, mas releva. Segundo o presidente do sindicato, cerca de 30 mulheres trabalham no local.

Efeito Copa do Mundo

A preparação para a Copa do Mundo foi intensa. “Além do curso de inglês, nós fizemos também curso de mecânica básica ministrado pelo Sesi, e outro de turismo. Ao fim, recebemos certificados de todos os cursos”, afirma o taxista Miguel Moreira.

“A Copa do Mundo, acredito que não apenas para nós taxistas, foi bem abaixo do esperado. Talvez o que culminou para o fraco desempenho foram as seleções escolhidas para jogar aqui na capital”, conclui o taxista.

Tecnologia em favor dos taxistas

Na sala dos taxistas, os motoristas podem acompanhar quando o veículo será chamado para uma nova corrida por meio de um painel eletrônico. Moreira conta que, até 2010, o cadastro dos táxis era feito manualmente.

Com a chegada da tecnologia, a execução do trabalho ficou muito mais fácil. Um aplicativo instalado no celular permite que os taxistas possam acompanhar os dados também de qualquer lugar.