Análise do GP da Austrália: Charles Leclerc faz seu primeiro ‘Grand Chelem’; Max Verstappen, atual campeão, não finaliza a corrida

por Gabrielle Tiepolo da Luz
Análise do GP da Austrália: Charles Leclerc faz seu primeiro ‘Grand Chelem’; Max Verstappen, atual campeão, não finaliza a corrida

Superando atual campeão, Charles Leclerc faz uma corrida extraordinária e dispara cada vez mais no campeonato, Max Verstappen continua com problemas no motor e Mercedes mostra recuperação

Por Gabrielle Tiepolo da Luz | Imagem via Fórmula 1

Mesmo com um final de semana conturbado para diversas equipes, Charles Leclerc comprova o porquê de ele ter o maior contrato na história de sua escuderia. O monegasco contabiliza quatro vitórias em corridas, duas delas sendo conquistadas em 2022 e, pela primeira vez, o jovem piloto se juntou a outras estrelas do automobilismo e fez um “Grand Chelem”, que consiste em fazer a pole-position, melhor volta e vitória liderando a corrida de ponta a ponta. Ele se defendeu do piloto da RBR, Max Verstappen, durante 39 voltas até que o 2º colocado precisou abandonar a prova por problemas na unidade de potência.

Após dois anos terríveis para a Ferrari, a escuderia alcançou sua redenção com uma diferença de 39 pontos para o segundo colocado no campeonato de equipes. “Vocês sempre me pediram para dar um carro rápido para o Leclerc. Bom, vamos ver o que ele faz.” declarou Mattia Binotto, em uma coletiva, na pré-temporada. Três corridas já foram o suficiente para mostrar que a promessa feita no começo do ano de que a equipe vem esse ano para relembrar os anos de ouro já está obtendo resultados, com Leclerc e Sainz juntos em dois desses pódios e mais uma vitória do monegasco.

 

Sainz segundo piloto?

Em contrapartida, Carlos Sainz sofreu com o F1-75 no último final de semana. Finalizou o primeiro treino livre na primeira posição, porém terminou a classificação na 9ª posição e não terminou a corrida devido a uma ultrapassagem mal executada em que ele acabou rodando na curva 4. A equipe declarou no começo do ano que não iria definir um 1º piloto para essa nova temporada; porém, com os resultados do piloto espanhol, fica claro que em algum momento essa prioridade seja declarada a seu companheiro de equipe.

 

Recuperação permanente dos motores Mercedes?

Comparando os motores Mercedes da era híbrida, em que eles ganharam todos os campeonatos de equipe, e os motores Mercedes usados por quatro das vinte equipes atualmente, percebe-se uma grande divergência. Durante a primeira corrida, a equipe alemã teve sorte com os dois DNF (Did Not Finish ou Não Finalizou) vindos da RBR, chegando ao pódio em terceiro lugar com o heptacampeão, Lewis Hamilton; porém, nenhuma outra equipe com motor Mercedes chegou a pontuar. Em contrapartida, no GP da Austrália, cinco dos 10 carros que usam o motor da marca estavam na zona de pontuação, dentre elas as duas McLaren.

Com a vitória em Monza na temporada anterior, existia uma esperança de que nessa mudança de regulamento ela se sobressaísse, porém o uso dos motores Mercedes fez com que a temporada desse ano não fosse promissora. No Bahrein nenhum dos carros pontuou; em Jeddah, apenas um dos pilotos pontuou e o outro não chegou a terminar a corrida por problemas no carro. Nessa última corrida, os dois carros da equipe mostraram uma melhora no desenvolvimento e uma esperança pra um futuro promissor.

 

Péssimo investimento?

Por outro lado, Lawrence Stroll sofre com a Aston Martin, também usuária do motor Mercedes, que teve um final de semana completamente diferente das suas adversarias. Danniel Ricciardo, da McLaren, sozinho e com uma desclassificação no histórico dessa temporada já tem mais pontos que a equipe. Sebastian Vettel sofreu DNFs nos três dias, teve uma péssima classificação e bateu nas barreiras em apenas metade das provas; e Lance Stroll, filho do dono da equipe, teve uma péssima corrida e nas últimas voltas recebeu uma penalização de cinco posições para a próxima corrida, o que deixa a equipe com poucas expectativas.

 

O que esperar da próxima etapa?

Ímola chegou para substituir o circuito de Paul Ricard, na França, e traz a primeira corrida Sprint da temporada. Com a Ferrari, traz mudanças aerodinâmicas para diminuir o porpoising, popularmente chamado de “quique”, e redução de 3 Kg, além da vantagem de correr em casa. Alpine vai pro quarto de vinte e três GPs com Alonso já tendo usado todas as unidades de potência permitidas e Tsunoda, da AlphaTauri, também, se encontra na mesma situação.

A etapa vai ser transmitida pela Band e pelo BandSports e ocorrera entre os dias 22 e 24 de abril.