Presidente do Curitiba Vôlei aponta pouco investimento como empecilho para acesso à Superliga A

por Nicole Duarte Gomes
Presidente do Curitiba Vôlei aponta pouco investimento como empecilho para acesso à Superliga A

Time curitibano perdeu para equipe de Recife e seguirá, por mais uma temporada, na Superliga B 

Por: Nicole Duarte  Foto: Thiago Silvério

A Presidente da Associação do Curitiba Vôlei, Gisele Miró, afirmou que, apesar de a equipe não ter conquistado a classificação para a Superliga A, a temporada foi acima das expectativas. O time perdeu o jogo de disputa pelo bronze da Superliga B, que poderia lhe dar vaga no torneio da elite ,contra o time do Recife Vôlei, na tarde de 07/04.

“Sem patrocínio, tivemos de montar um time mais jovem e em cima da hora, sem muito tempo para preparação. Ainda assim, a comissão técnica formada pelo técnico Moska e pela campeã olímpica Valeskinha fez um grande trabalho. Enfrentamos times com mais de R$ 1 milhão de investimento. Então, o resultado foi muito bom”, disse Gisele.

O jogo decisivo foi levado ao tie-break, com vitória de 3 sets a 2 para o clube de Recife, com parciais de 25/15, 25/27, 21/25, 26/24, w 15/08. Para Gisele, as derrotas contra o Mackenzie e Recife foram as mais dolorosas da temporada, pois houve chances claras de vencer dos dois times.

Reflexo da falta de investimento e política esportiva no estado 

Após a equipe do Rexona (equipe de vôlei fundada por Bernardinho em 1997) ter sido transferida do estado em 2004, o voleibol paranaense enfrentou uma grande crise, e só conseguiu novamente se firmar no mercado do vôlei profissional 12 anos mais tarde, em 2016, quando foi fundado clube do Curitiba Vôlei. O estado sedia a principal competição das categorias de base do país, a Taça Paraná, que envolve cerca de 1,5 mil atletas do país todo.

Pela realidade financeira do clube, e a falta de investimento no projeto, Gisele relata que foi até um alívio não retornar à Superliga A. “Nas temporadas da Superliga A, tínhamos um retorno de imagem calculado pelo Ibope Repucom em mais de R$ 800 milhões. Mas, nem assim, os empresários paranaenses quiseram nos patrocinar. Este ano a RPC passou que o projeto impactou 1,6 milhões de pessoas, ou seja 78% da população de Curitiba e região metropolitana. Infelizmente, diferente dos outros estados, nossos empresários não têm a cultura de patrocinar outros esportes fora futebol”.

Histórico do clube 

A equipe do Curitiba Vôlei se classificou pela primeira vez para a série A da Superliga em 2019, após ser campeão da Superliga B em 2018 e ganhar seu primeiro título. Na temporada 2018/2019 da Série A, conquistou o oitavo lugar e disputou o playoff da liga pela primeira vez em sua história. Na disputa, enfrentou a equipe do Minas Tênis Clube e foi derrotada por 2 a 0 (com a primeira partida sendo vencida pela equipe por 3 x 0 e a segunda por 3 x 1).

Após isso, a equipe curitibana participou dos playoffs da liga mais algumas vezes, mas não se classifica a Superliga A do voleibol feminino desde o ano de 2022.

Para o futuro do clube, a presidente diz que tem a expectativa de montar um programa de treinamento anual, com Valeskinha no comando técnico para, detectar talentos e formar uma equipe visando a próxima Superliga B.