Ato antirracista reúne 1,2 mil pessoas em Curitiba

por Ex-alunos
Ato antirracista reúne 1,2 mil pessoas em Curitiba

Protesto terminou com intervenção da polícia e depredação de patrimônio público

Por Beatriz Bleyer, Fábio May e Guilherme Araki / Foto: Guilherme Araki

Um protesto contra o racismo, que teve início às 19h, em frente à Universidade Federal do Paraná (UFPR), no centro de Curitiba, reuniu cerca de 1,2 mil pessoas, segundo a Polícia Militar (PM). Os manifestantes, acompanhados de cartazes com frases antirracistas e a favor da democracia, pediam o fim da violência policial contra os negros. Atos semelhantes ocorrem em todo mundo, especialmente por conta do assassinato do americano George Floyd pela polícia de Minneapolis.

Em Curitiba, foram lembradas vítimas da polícia no Brasil, como o adolescente João Pedro, de 14 anos, morto dentro de casa no Rio de Janeiro; e Ágatha, de 8 anos, assassinada voltando para a casa com a mãe. O presidente, Jair Bolsonaro, também foi alvo de críticas durante a manifestação. Os manifestantes deixaram a Praça Santos Andrade em direção ao Palácio Iguaçu, no Centro Cívico. De lá, houve dispersão, mas a maioria dos manifestantes seguiu em direção à Praça Tiradentes. 

A manifestação foi convocada com um dia de antecedência, pelas redes sociais, com o nome de “Ato Pacífico Anti Racista Cwb”. Diferentes movimentos e coletivos ajudaram na divulgação e estiveram presentes. Já existe um novo ato divulgado nas redes sociais e agendado para domingo (07).

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Violência

Apesar do intuito de um ato pacífico, alguns manifestantes depredaram fachadas de bancos e lojas perto do Centro Cívico. Eles picharam tubos de ônibus, quebraram vidraças, incendiaram lixeiras e chegaram a atear fogo na bandeira do Brasil que fica hasteada no Palácio Iguaçu. Próximo ao Largo da Ordem, a polícia interveio, lançando bombas de gás e disparando tiros de bala de borracha. Cassetetes também foram usados para dispersar grupos menores.

Em nota assinada por alguns coletivos, os organizadores se manifestaram contra os atos de depredação. “Infelizmente, no final do ato, em uma dispersão de alguns poucos, houve vandalismo contra o patrimônio público”. Também repudiaram o tamanho do uso de força exercido pela Polícia Militar contra a manifestação. “O uso de força excessiva por parte da polícia demonstra também a incapacidade de diálogo e a opção pela agressão.”

A assessoria de imprensa da Polícia Militar afirma que foi feito o uso moderado da força durante o momento mais crítico de depredação e reiterou que a manifestação foi acompanhada desde o início. “Num primeiro momento, a PM se fez presente nas proximidades da concentração, na Praça Santos Andrade, para garantir, como de praxe, a segurança dos manifestantes e dos cidadãos que circulavam pela região central a pé ou de veículo”. 

Nas ações foram identificadas e detidas sete pessoas por depredação e vandalismo, as quais foram encaminhadas para o Centro de Operações Policiais Especiais (COPE).

Em todo mundo:

Após o assassinato do ex-segurança negro George Floyd por um policial em Minneapolis, Estados Unidos, em 25 de maio, diversas manifestações estão surgindo a favor das vidas negras. Nos EUA, já são seis dias de protesto, em mais de 75 cidades. 

O Brasil também se comoveu com o episódio e se incluiu na onda de apoio através das redes sociais pela #blacklivesmatter, e de atos pelas ruas de diversas cidades do país.