Barragens de Curitiba e região voltam a atingir capacidade máxima neste ano

por Ricardo de Siqueira
Barragens de Curitiba e região voltam a atingir capacidade máxima neste ano

Após estiagem histórica, estado se recupera, com alto volume de chuvas impulsionadas pelas mudanças climáticas

Por Emilly Kauana Alves, Lorena Domingues, Milena Bilino e Ricardo de Siqueira| Foto: Franklin de Freitas

Este material é um conteúdo-extra que complementa a edição 344 do jornal Comunicare, jornal-laboratorial do curso de Jornalismo da PUCPR. A edição pode ser acessada em http://issuu.com/eba_pucpr.

As barragens de Curitiba e região, que sofreram com redução da capacidade nos últimos anos, beneficiaram-se do alto volume de chuvas em 2023 e passaram a atingir capacidade máxima.

Entre os anos de 2020 e 2021, o Paraná passou por um período de estiagem que se refletiu no baixo nível das barragens, como a Represa do Iraí, que chegou a atingir um nível de 12% da sua capacidade, em julho de 2020.  Já no ano passado, as barragens voltaram a operar perto de sua capacidade normal, mas os níveis aumentaram ainda mais neste ano, segundo dados da Sanepar.

As barragens Passaúna, Piraquara I, Piraquara II e Iraí apresentaram, nos quatro primeiros meses deste ano, níveis na capacidade máxima, um fato que não se repetia desde 2018. Essa oscilação nos últimos  anos está atrelada às mudanças climáticas, que têm afetado não só o estado, mas o país e o planeta como um todo.

A tendência é que essas oscilações continuem ocorrendo, por conta do aquecimento global. Segundo a engenheira ambiental Andressa Moraes Dutra, é importante o governo incentivar medidas de redução de emissões atmosféricas e, também investir, em educação ambiental e fiscalização, além de medidas para prevenção de catástrofes e acidentes ligados a eventos climáticos.

O poder público pode investir em ações de recuperação e preservação ambiental de encostas, margens de rios e demais áreas de risco; desenvolvimento de políticas sociais para diminuição da desigualdade social e ocupação irregular do solo; investir em educação ambiental e também em fiscalização; desenvolver programas de incentivo à redução das emissões atmosféricas; investir em desenvolvimento agroecológico para promover a segurança alimentar; entre outras.

Conforme a previsão da Organização Meteorológica Mundial (OMM), o fenômeno El Niño pode durar até abril de 2024, causando recordes de temperatura durante o período, isso pode ser uma condicionante importante para os níveis das barragens no próximo ano.

Dados fornecidos pela Sanepar

Uma quinta barragem está em construção para integrar o sistema de abastecimento de Curitiba e Região Metropolitana, porém a primeira fase da Barragem do Miringuava está com um atraso de três anos na conclusão, devido às fortes chuvas no local de construção.

 Confira o mapa de previsão de abastecimento da Barragem do Miringuava:

Barragem do Miringuava pretende abastecer mais de 600 mil pessoas