Bolsonaro vence no Paraná, mas diminui vantagem em relação a 2018

por Luís Gustavo Bocatios
Bolsonaro vence no Paraná, mas diminui vantagem em relação a 2018

O presidente Jair Bolsonaro dá posse ao novo ministro da Educação, Abraham Weintraub, em cerimônia no Palácio do Planalto.

Assim como em toda a Região Sul, vantagem de Bolsonaro no Paraná caiu, e foi determinante para a derrota

Por Luís Schuh Bocatios | Foto: Alan Santos/PR

O presidente Jair Bolsonaro (PL) venceu o segundo turno das eleições para a Presidência da República no Paraná. Ele teve 62,40% dos votos, contra 37,60% do presidente eleito Lula (PT). A vantagem, no entanto, foi menor que em 2018, o que foi um sintoma da diminuição de seu eleitorado na Região Sul, algo fundamental para a derrota. O presidente protagonizou a disputa presidencial mais acirrada da história do Brasil, e foi o segundo candidato mais votado de todos os tempos, com mais de 58 milhões de votos – ainda mais do que em 2018, quando foi eleito. O vencedor, contudo, foi Lula.

No primeiro turno, o Paraná seguiu a tendência dos estados do Sul e Sudeste e deu a Bolsonaro uma larga vantagem sobre Lula; 55% contra 35%. Em 2018, sua vantagem foi ainda maior, visto que o presidente teve 56% dos votos no primeiro turno, contra 19% de Fernando Haddad. No segundo turno, Bolsonaro também teve mais votos em 2018, quando atingiu 68% dos votos, contra 31% de Haddad. Em números reais, isso representou 65 mil votos a menos para Bolsonaro. Em contrapartida, Lula teve quase 560 mil votos a mais do que Haddad.

Conhecida por ser um reduto bolsonarista, a Região Sul deu a vitória ao presidente em seus três estados. A maior margem foi em Santa Catarina, 69% contra 31%, enquanto o Rio Grande do Sul deu a Bolsonaro uma vantagem de 56% a 43%. Paraná e Santa Catarina também elegeram os candidatos de Bolsonaro ao governo do estado – Ratinho Junior e Jorginho Mello, respectivamente. Já o Rio Grande do Sul elegeu Eduardo Leite, protagonista de uma das campanhas mais duras das eleições 2022, derrotando Onyx Lorenzoni, ex-ministro e braço direito de Bolsonaro.

Mesmo assim, houve queda na votação de Bolsonaro nos dois estados. Em 2018, a vantagem do presidente sobre Fernando Haddad em Santa Catarina havia sido de 75% a 24%, a maior ao redor do país. No entanto, em números totais, o candidato do PL teve 81 mil votos a mais do que quando se elegeu – 3.047.630 agora, contra 2.966.242 em 2018. Acontece que o colégio eleitoral de Santa Catarina cresceu em mais de 300 mil, e Lula obteve 400 mil votos a mais do que Haddad em 2018 – 940.724 para Haddad, 1.351.918 para Lula.

Já no Rio Grande do Sul, a queda de Bolsonaro foi tanto em porcentagem quanto em números totais. Na eleição de 2018, o presidente obteve um total de 3.893.737 votos, e, em 2022, viu o número cair para 3.733.185. Lula, por sua vez, teve 2.891.851 votos – quase 630 mil a mais do que Haddad em 2018.