Jogadores profissionais usam intertemporada para disputar Suburbana

por Ex-alunos
Jogadores profissionais usam intertemporada para disputar Suburbana

Os campeonatos são uma oportunidade de voltar ao gramados e de manter a forma

Por Breno Soares, Stephanie Vitoria e Vinicius Rech

Na intertemporada ou quando estão sem contrato, alguns jogadores do mercado profissional costumam disputar campeonatos no futebol amador para manter a forma e a renda. A Suburbana, campeonato amador da capital paranaense, um dos maiores do Brasil, abriga atletas que buscam se tornar profissionais, aqueles que se aposentaram e jogadores que simplesmente não estão em time algum, esperando por novas chances.

Adriano Chuva, 39, em sua sétima passagem pela Suburbana joga no Santa Quitéria, mas no profissional esteve no Aviraense (MS), Fortaleza (CE), Campinense (PB), Juazeirense (BA) e mais recentemente no Rio Branco (AC). O jogador diz que joga no campeonato amador sempre que tem a oportunidade. “A gente joga o primeiro semestre no profissional e no segundo acaba vindo para a Suburbana para não ficar parado, e também por conta da questão financeira”, diz o jogador, que lembra que os times amadores pagam seus jogadores.

Além das características técnicas que ficam visíveis em campo, uma das principais diferenças entre o futebol amador e o profissional é o valor dos contratos. nos times amadores os jogadores recebem salários muito menores do que nos clubes profissionais.

Arilton Medeiros, 29 anos, também joga no Santa Quitéria. Já passou pelo Coritiba, Internacional, Bahia, Atlético Paranaense e, mais recentemente, pelo Tubarão, de Santa Catarina. Ele é novo no cenário amador de intertemporada e diz que a suburbana é um caminho para o retorno ao profissional, além de ocupar o tempo dos jogadores e não deixá-los perder a forma física.

Medeiros diz que a maior diferença que percebeu entre o profissional e o amador está nas estratégias de jogo. “O profissional é um pouco mais tático, mais bem posicionado, enquanto no amador é muita força, muita dedicação”.

Veja o vídeo do treino do time do Santa Quitéria

Prática traz riscos, aponta médico

O médico esportivo Dr. Waldir Altmann Júnior é contra a utilização do futebol amador pelos profissionais. Ele aponta que existem grandes riscos relacionados a isso. “O jogador não tem o mesmo acompanhamento que teria num time profissional, com assistência”, afirma Altmann. “Você tem que entender que o futebol não é um esporte voltado a proporcionar saúde.  Trata-se de uma modalidade de alto rendimento.”

O médico complementa também que diversos de seus pacientes vêm do amador pelo fato de jogarem quatro ou até cinco vezes por semana sem as devidas precauções. Por fim, Altmann Júnior afirma que se o jogador mantiver o treino e o acompanhamento, é provável que seja positivo para ele, especialmente para manter a prática do esporte, mas se não houver cuidados, lesões podem acontecer.