Médicos denunciam ausência de aparelhos de imagem na RMC

por Eduardo Borges
Médicos denunciam ausência de aparelhos de imagem na RMC

Com diferença de quase  R$100 milhões de investimento entre Curitiba e sua Região Metropolitana, médicos apontam carência de máquinas de exames de imagens nos municípios da RMC.

Por Eduardo Borges / Foto: Eduardo Borges

A Região Metropolitana de Curitiba (RMC) segue crescendo em larga escala, nos últimos 12 anos ganhou 523 mil habitantes, de acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Agora, nove das 29 cidades metropolitanas têm mais de 100 mil habitantes. Junto com esse aumento populacional, viu-se uma elevação da demanda de assistência à saúde  e sua precária realidade que os municípios periféricos da capital paranaense atravessam. Somente em 2023, já foram investidos mais de R$100 milhões no Sistema Único de Saúde(SUS) de Curitiba, enquanto na região metropolitana não houve registro de nenhum aporte de larga escala neste ano. 

Com a concentração de verbas na capital paranaense, uma das maiores problemáticas que os municípios metropolitanos sofrem é com a falta de alternativa para realizar exames de imagens com os seus pacientes.

De acordo com Henrique Bucco, médico de Estratégia da Saúde da Família e Comunidade, que atende em Rio Branco do Sul-PR e é plantonista em Pinhais-PR, o cenário é problemático. Na cidade que atende como clínico geral, tem cerca de 30 mil habitantes. ”Em Rio Branco do Sul carece bastante de investimentos. A cidade conta com unidades básicas de saúde e somente um hospital. Não tem nenhuma Unidade de Pronto Atendimento (UPA)”. De acordo o médico, a situação da disponibilidade na cidade é precária. ”O hospital que deveria ser referência de exames não consta sequer com ultrassonografia nem radiografia.” já no município que atende como plantonista, pelo fato de ser um município com mais de 100 mil habitantes, o cenário é um pouco mais ameno. ”Em Pinhais, há diversos recursos para suprir a necessidade dos médicos, carecendo apenas de tomografia, mas quando necessário pode ser feita em hospitais de referência”. Bucco também relatou que às vezes tem que recorrer ao meio privado para conseguir os exames necessários, tendo em mente que via Sistema único de Saúde (SUS) a espera seria muito longa.

Em Curitiba, o cenário é outro, de acordo com a Prefeitura Municipal. A estimativa do tempo de espera para um exame no SUS é de mais de 7 meses, pelo menos, e acredita-se que tenha cerca de 25 mil pessoas na fila aguardando por exames. No caso de Curitiba, a saúde pública atende mais de 1,5 milhão de pessoas, com 145 máquinas à disposição. A capital paranaense possui 22 hospitais públicos à disposição da população, além da disponibilidade do uso do meio privado, no qual o custo médio de exames de imagem gira em torno de R$ 700. Em uma cidade que a média salarial é R$ 2.185, torna-se impraticável realizar os exames em clínicas privadas para grande parte da população. Já na Região Metropolitana de Curitiba (RMC) a escassez de máquinas é maior ainda, tendo menos hospitais públicos à disposição da população. Nos quais ocorrem casos de não haver máquinas disponíveis para o exame solicitado e o tempo de espera, na maioria das vezes, é maior.

Apesar das denúncias dos médicos, o Conselho Regional de Medicina (CRM) relatou que​​​​ não consta, neste atual momento, denúncia de profissionais que estariam desprovidos de acesso a exames complementares de diagnóstico e tratamento em serviços da Grande Curitiba. Já em relação à estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS). “A estrutura de serviços de exames na Região Metropolitana é entendida como capaz de suprir a demanda.”. No âmbito privado:  ​​​​”Para os usuários particulares, a existência ou proliferação de serviços funcionam sobre demanda. Isto é, representa um setor regulado pelo mercado e que vai disponibilizar equipamentos quando seus gestores considerarem viáveis economicamente.”. De acordo com a entidade, todas as dificuldades e reclamações  devem ser estimulados a trazer a dificuldade à esfera deste CRM-PR.