Projetos oferecem aulas gratuitas de ginástica artística para crianças

por Carla Giovana Tortato
Projetos oferecem aulas gratuitas de ginástica artística para crianças

Nas iniciativas, os alunos participam de competições, festivais e apresentações

Por Carla Tortato

O projeto Ginástica Artística da UFPR e as Unidades Municipais das Regionais do Boqueirão, Portão e Santa Felicidade oferecem aulas de ginástica artística gratuitas para crianças. A iniciativa da Universidade Federal do Paraná (UFPR) é aberta à comunidade para quem tem entre seis e 12 anos incompletos. Nas Unidades Municipais, são atendidas meninas entre cinco e nove anos de idade.

A coordenadora e professora da Sala de Ginástica do Fazendinha (unidade da Regional Portão), Andrea Flexa, conta que a ginástica artística é um esporte precoce, por isso, quanto mais cedo a criança iniciar, maior a chance dela se tornar uma atleta de nível. Andrea fala que o local tem como objetivo a socialização e formação de caráter de quem participa, além de despertar o hábito pelo esporte.

Segundo a coordenadora são 110 crianças divididas em oito turmas de até 15 alunas, são poucas meninas em cada porque trata-se de uma prática que demanda um trabalho específico e individualizado. Andrea afirma que a maior recompensa que recebe é perceber a evolução das crianças. “O retorno é a felicidade quando elas conseguem executar um movimento corretamente ou aquele movimento que tinham dificuldade”, diz a coordenadora.

Para a aluna da Sala de Ginástica Veronica Paparella, 14 anos, essa modalidade ajuda no desenvolvimento físico e psicológico. A menina, que começou na ginástica artística aos oito anos de idade, conta que gosta desse esporte porque ele une beleza e elegância ao mesmo tempo em que tem um aspecto mais radical e acrobático. “São coisas muito legais, tem força, equilíbrio e agilidade”, afirma Veronica. No entanto, ela relata que a estrutura do local apresenta problemas por não ter os equipamentos oficiais, o que atrapalha no desenvolvimento das meninas.

 

De acordo com Patricia Camargo, mãe de uma das alunas da Sala de Ginástica, essa prática é boa para o corpo e para a cabeça das meninas. Isso porque elas deixam de ficar em casa no computador e no celular para brincar e fazer exercício, conta Patricia.

O vice-coordenador e professor do projeto Ginástica Artística UFPR, Sergio Abrahão, afirma que a iniciativa tem quase 22 anos e atendeu entre 2,5 a 3 mil crianças ao longo de sua existência. Ele conta que as aulas são ministradas pelos próprios acadêmicos do curso de Educação Física de forma voluntária. Assim, além do atendimento às crianças, o foco é também a formação de professores.

Abrahão afirma que o objetivo da iniciativa abrange a questão física e social, mas também a psicológica. Ele acredita que o projeto pode atingir o sentimento de competência nas crianças. “A questão de a gente deixar elas um ser humano melhor do que entraram é um ponto primordial”, conta Abrahão. No entanto, o vice-coordenador relata que os projetos de extensão – como o da ginástica – sofrem detrimento em relação à pesquisa, que é mais valorizada no meio acadêmico, apesar de não ter tanto impacto para a comunidade.

O vice-presidente da Federação Paranaense de Ginástica, Robson Viana, afirma que o Brasil tem um potencial muito grande referente à ginástica, tanto no masculino quanto no feminino. Ele conta que entre as 12 ginastas na Seleção Brasileira feminina, seis são paranaenses. Apesar disso, os atletas acabam sofrendo com a falta de apoio e patrocinadores, que ocorre pela pouca divulgação desse esporte, relata Viana. No Paraná, a média de público nos festivais é de 550 pessoas, nas competições o público é menor.