Times femininos de Curitiba buscam manter rotina de treinamento na quarentena

por Sophia Becker da Gama
Times femininos de Curitiba buscam manter rotina de treinamento na quarentena

Jogadoras do Athletico e do Imperial treinam de forma remota em tempo de isolamento social.

Por Guilherme Kruklis, Laura Luzzi e Sophia Gama

Com a paralisação de campeonatos de futebol por todo o país por conta da COVID-19, atletas e comissões técnicas estão tendo que se adaptar e criar novos métodos de treinamento e acompanhamento das equipes em meio à quarentena. Para os times de futebol feminino da capital do estado não tem sido diferente. 

De acordo com o preparador físico do time feminino do Athletico Paranaense, Rafael Linhares, os treinos têm sido enviados de maneira digital e atendendo às necessidades individuais de cada jogadora. “Realizamos contato diário com as atletas, para ter o feedback dos treinamentos. Elas encaminham fotos e vídeos da execução dos exercícios, para tirar dúvidas e correções de postura. Além do contato diário individual, semanalmente fazemos reuniões coletivas pelas ferramentas online”, relata o preparador. A técnica Vantressa Ferreira e o preparador de goleiras, Edson Sopa, também têm trabalhado a parte tática do time de maneira remota, através relatórios de análises de cada posição que as jogadoras devem entregar à comissão técnica. 

Normalmente, o tempo de férias das jogadoras é de quatro a cinco semanas, mas a paralisação do futebol já chega próxima de três meses. Rafael explica que a intenção destes treinos remotos é minimizar as perdas e diminuir o risco de lesões, uma vez que dificilmente as atletas ficaram tanto tempo fora dos gramados. A lateral do Athletico, Dayanne Vieira, de 26 anos, acredita que esta forma de treinamento e cobrança online têm dado resultados, já que uma atleta acaba incentivando a outra a se superar e a manter a forma física. Segundo ela, já que o trabalho físico tem sido realizado com bastante veemência, o maior prejuízo deste tempo de isolamento será em relação à questão tática. “Acho que a gente vai ter que retomar algumas coisas, dar uns passinhos para trás, para as coisas poderem se encaixar. Mas eu acho que o físico estando em dia, a parte tática a gente consegue encaixar melhor”, afirma a jogadora rubro-negra. 

O Imperial Futebol Clube também tem elaborado treinos individualizados para que suas atletas realizem em casa, desde a categoria sub-13 até a sub-23. O preparador físico e diretor de futebol feminino do clube, Diego Borges, conta que no início das atividades online, as atletas treinavam com muita qualidade, no entanto, com o passar do tempo em isolamento, algumas começaram a ficar desmotivadas. “Temos que cuidar e saber lidar muito bem com essa situação, sempre motivando e as auxiliando nestes momentos”, destaca ele. Diego ainda declara não ter conhecimento de nenhuma medida adotada pela Federação de Futebol Paranaense (FPF) em relação ao futebol feminino. 

A FPF afirma que está canalizando esforços unicamente para o retorno e término da primeira divisão do Campeonato Paranaense masculino e que somente após a conclusão desta competição, poderão juntar subsídios e pleitear a realização das demais competições.