Duelo latino-americano traz belo espetáculo à capital paranaense

por Ex-alunos
Duelo latino-americano traz belo espetáculo à capital paranaense

Equatorianos e hondurenhos foram em peso acompanhar suas seleções, a festa dentro e fora do estádio foi o destaque

Por Renan Araújo

O duelo latino-americano entre Equador e Honduras empolgou os torcedores que acompanharam o jogo na noite desta sexta-feira (20), na Arena da Baixada, em Curitiba, e esquentou o público em mais um dia de muito frio na capital paranaense. Se o jogo entre Irã e Nigéria, o primeiro realizado na Arena da Baixada, acabou sem gols e deixou a desejar em relação ao nível técnico, não faltou emoção no duelo entre os dois países que contavam torcidas muito animadas e que não deixaram de apoiar seus times durante os 90 minutos. No final, vitória do Equador por 2×1, que coloca a equipe sul-americana com chances de classificação.

O estádio, assim como no primeiro jogo, ficou lotado. 39 mil torcedores ocupavam os assentos e fizeram um grande espetáculo de forma pacífica e amigável. Se pode ver torcedores de Atlético-PR, Coritiba e Paraná andando pelo estádio com as camisas de seus times com grande tranquilidade. As torcidas de Honduras e Equador, juntamente com torcedores ingleses, americanos, marfinenses, colombianos, também conviviam em plena harmonia, mas a disputa nas arquibancadas era grande. Os equatorianos, que estavam em maioria (compraram 12% dos ingressos para o jogo contra apenas 1,2% dos hondurenhos) e pintavam as arquibancadas de amarelo, cativaram os torcedores brasileiros logo antes da partida começar e vibraram com a vitória da equipe. Ao final da partida, as ruas no entorno do estádio viraram palco para a comemoração.

A atmosfera da Arena da Baixada contribuía ainda mais para o clima de festa. A acústica impecável e a proximidade entre o campo e as arquibancadas amplificavam o apoio das torcidas. Apesar de apresentar filas nos banheiros e lanchonetes, a estrutura para o torcedor estava adequada. O único ponto fraco era em relação a algumas estruturas do estádio que ainda pareciam inacabadas, como a falta de acabamento em escadas e paredes e lixo e outros materiais deixados em áreas que o público não poderia acessar.

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Fan Zone- Apesar da tranquilidade em áreas ao redor do estádio, era a partir da entrada que se via grande agitação. Foi criada na praça Afonso Botelho, a chamada Praça do Atlético, uma Fan Zone, espaço de lazer e convivência entre os torcedores que já haviam entrado na Arena. Telões, lanchonetes, bares, DJs e espaços de brincadeiras promovidos pelos patrocinadores da Copa entretiam o público antes do jogo começar.

Um dos hondurenhos presentes era o administrador Jose Luiz Ordoñes, que estava otimista com a equipe e acreditava em duas vitórias para a classificação à próxima fase. Ele fez muitos elogios ao país. “Gosto do Brasil, é um país cômodo, seguro e estou achando a organização do mundial excelente”, afirma. Ele estava acompanhado do estudante Gabriel Eduardo, também hondurenho, mas que mora na cidade há um ano e estava contente com o clima do mundial. “Ainda estou me acostumando com o país, então é muito bom o fato de ter vários hondurenhos comigo no mesmo local”, relata.

Mas a Fan Zone era dominada por muitos equatorianos que já puxavam gritos de apoio ao time. Para os torcedores, a partida que tinha contornos decisivos. O Equador havia perdido para a Suíça e precisava vencer. “Temos que ganhar duas partidas para avançar na competição, são duas finais. Mas acredito que nós podemos”, afirmou o engenheiro Jose Luiz Alvarez.

Já o dirigente da Federação Equatoriana de Futebol, Santiago Montenegro, explica que o país realizou uma grande preparação para a Copa do Mundo e aposta na classificação para as oitavas de final. Segundo ele, isso só é possível porque o futebol equatoriano cresceu muito. “Penso que o nosso futebol evoluiu muito nos últimos anos. Há oito ou dez anos o Equador não tinha jogadores na Europa, como o Antonio Valencia que está no Manchester United”, explica. O pensamento é o mesmo do vendedor Luiz Cubin, que veio com seu irmão ao torneio. Ele já planejava a viagem desde o último Mundial na África do Sul e estará em outros quatro jogos. Apesar de apontar algumas deficiências na equipe, ele se mostra confiante. “Estamos um pouco melhor do que antes. Não nos classificamos para a África do Sul. A defesa está um pouco fraca, mas o ataque e o meio campo estão bem. Acredito na classificação”, diz.

Para confirmar essa boa fase do futebol equatoriano e avançar na Copa do Mundo, a equipe terá uma difícil missão de conseguir uma vitória ou empate contra a França e torcer para um tropeço da Suíça. Apesar do panorama desfavorável, se depender da torcida a equipe ainda terá muito sucesso na competição.