Seis pontos para entender a Liga Sul-Minas-Rio

por Ex-alunos
Seis pontos para entender a Liga Sul-Minas-Rio

RS - FUTEBOL/TREINO GREMIO - ESPORTES - Jogadores do Gremio realizam treino durante a manha deste sabado no Centro de Treinamentos Luiz Carvalho, na preparacao para o Campeonato Brasileiro 2015. FOTO: LUCAS UEBEL/GREMIO FBPA

Liga criada por clubes quer modificar gestão do esporte

Por Karoline Mokfianski

A Liga Sul-Minas-Rio – ou Primeira Liga, como foi batizada – ainda tem detalhes incertos, mas promete mudar a gestão do futebol brasileiro. Atualmente, 15 clubes fazem parte da fundação da entidade, mas só 12 deles devem participar da primeira edição, que tem início marcado para fevereiro de 2016.

Inicialmente com o objetivo de promover a volta da extinta Copa Sul-Minas, a liga dos clubes se estendeu também ao estado fluminense, no qual Flamengo e Fluminense demonstraram interesse em participar da articulação, devido a um descontentamento com a Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj).

Quem participa?

Além da dupla carioca, fazem parte também da liga: América-MG, Avaí, Atlético-MG, Atlético-PR, Chapecoense, Coritiba, Criciúma, Cruzeiro, Figueirense, Internacional, Joinville, Grêmio e Paraná. Inicialmente, a ideia era que houvesse apenas 10 participantes na primeira edição. Como a versão 2015 do ranking será levada em conta, Chapecoense e América-MG também devem jogar a competição.

Quem manda?

A ideia da Liga Sul-Minas-Rio lembra o modelo europeu, em que há uma confederação, que cuida apenas da seleção nacional e as ligas. Nessas organizações dos clubes são eles mesmos quem mandam, definem regulamento, fórmula de disputa e buscam patrocínios.

Fórmula de disputa

Como o número de participantes mudou diversas vezes, foram descartadas diferentes formas de disputa. Com 12 clubes na primeira edição, a competição deve acontecer em cinco datas e terá três grupos de quatro participantes cada, sendo um turno único dentro de cada chave, assim como deve ocorrer nas fases finais. Os melhores de cada grupo e o segundo colocado geral avançam no campeonato. A primeira rodada deve ocorrer nos dias 27 e 28 de janeiro, antes do início dos Estaduais.

Conforme sorteio promovido pela liga juntamente com a CBF, a primeira chave – ou grupo A – na primeira edição do campeonato deve ser formada por Cruzeiro, Fluminense, Avaí e América-MG. Já no grupo B estão Grêmio, Internacional, Atlético-PR e Chapecoense. Na chave C, Flamengo, Atlético-MG, Figueirense e Coritiba completam os participantes da disputa.

Arbitragem

Segundo o diretor executivo da Primeira Liga, Alexandre Kalil, a estrutura deve ser a mesma existente da própria CBF, como ocorria na antiga Copa Sul-Minas. Já em casos de julgamento de infrações e indisciplina, a liga deve adotar o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), como faz a entidade máxima do futebol brasileiro.

Transmissão

Ainda sem emissora oficial, a competição já despertou o interesse de redes abertas, como a Record e a Globo, e fechados, como o Esporte Interativo, que já transmite a Copa do Nordeste, outro exemplo de liga criada pelos clubes.

O comentarista esportivo Jairo Silva acredita que as redes de televisão tendem a se beneficiar com a nova competição. “A venda de pacotes pode ser facilitada com as presenças de grandes clubes do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e de Minas Gerais”, afirmou.

Será que é uma boa?

Mesmo se dizendo a favor da Primeira Liga, Silva atenta para o fato de que os clubes devem ter ainda mais problemas com desgastes de jogadores. “O maior problema está no calendário. No momento em que as equipes reclamam a falta de tempo para treinar, jogos e viagens seguidas, é criada uma nova competição, o que vai gerar um desgaste ainda maior”, lembrou.

Já para o comentarista Gil Rocha, a criação da liga desvaloriza o futebol regional. “Sou a favor de uma maior clareza na definição regional. Seria totalmente a favor à criação de uma Copa Sul, por exemplo. Uma Copa Sul-Minas já achava contrassenso. Quanto a Sul-Minas-Rio, que pelo visto ainda deve abranger mais clubes, eu sou contra”, explicou.