Adolescentes sem comorbidade passam a ser vacinados em Curitiba

por Janaína Torres Furtado
Adolescentes sem comorbidade passam a ser vacinados em Curitiba

Após a aprovação do uso da Pfizer em jovens sem comorbidade pela Anvisa, Curitiba começa a vacinação em adolescentes.

Por: Gabriela Alves, Janaína Furtado, Laura Siqueira e Pietra Gabiatti

No sábado, 2 de outubro de 2021, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) começou em Curitiba a vacinação contra COVID-19 para nascidos a partir de 2 de Outubro de 2003, e para os anos 2004 e 2005. A prefeitura divulgou em seu instagram oficial, @curitiba_pmc, os números totais de vacinados até segunda-feira, 11 de outubro de 2021, sendo 1.448.648 com mais de 18 anos, e 47.818 adolescentes entre 12 e 17 anos foram vacinados com a primeira dose.

No momento, os adolescentes estão recebendo somente vacinas do laboratório Comirnaty, fabricada pela Pfizer/Biontech. De acordo com estudos e testes realizados fora do Brasil e avaliados pela Anvisa, a Pfizer é segura e eficaz para menores de 18 anos, pois apresentou eficiência nesta faixa etária, ao contrário dos dados fornecidos à ANVISA quanto a outros imunizantes, que obtiveram resultados insuficientes.  

O médico e presidente do Departamento de Imunizações da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) Marco Aurélio Sáfadi, em entrevista ao Jornal da Rede Alesp, reforçou a importância da vacinação nesta faixa etária. Sáfadi explicou que “neste grupo de pessoas, a vacina apresentou alto perfil de eficácia por conta da grande quantidade de anticorpos produzidos.” 

A estudante Mel de Souza Wendhausen Araújo (16) foi uma das adolescentes que recebeu a primeira dose, e comentou que a maioria de seus colegas se vacinou para proteger a família e para poder sair com maior frequência.

“O objetivo é voltar ao cotidiano pré-pandemia, mas acredito que não vai acontecer assim. Muitos hábitos vão ser mantidos, além dos impactos negativos ao redor da saúde mental, economia, entre outros que vieram com a Covid”, comentou Mel.

Como a última convocação foi feita dos nascidos até 2005, nem todos os adolescentes tiveram a oportunidade de serem vacinados ainda. Matheus Henrique Leite (15) é um desses jovens, e contou que quer ser vacinado, “para que quando eu fique com sintomas da COVID eu fique mais seguro e um pouco mais protegido da doença. Eu sei que muitos dos meus colegas de classe também querem tomar a vacina para voltar à vida normal. Eu espero que eu fique mais protegido e tranquilo caso eu pegue a doença. Eu espero poder ir ao parque e levar minha cachorra para passear sem precisar levar máscara, ir no shopping ou fazer qualquer outra atividade que na pandemia não podemos.”

A mãe de Matheus, Djuliane Barbosa Leite (33), também concorda com a vacinação dos jovens sem comorbidade, e se sente muito confortável. “Mal posso esperar pois então meus filhos, Matheus (15) e Rafael (8), estarão mais seguros independente da vacina que receberem. Me sinto muito mais tranquila em deixar frequentar normalmente a escola, com a vacinação e os cuidados de uso da máscara, higiene das mãos, acredito que o contágio vai diminuir muito. E também com toda a preparação que as escolas estão passando para proteger os alunos.”

Depoimentos

Em entrevista, estudantes contam quais são seus objetivos e expectativas pós-vacina. 

“Eu estava muito empolgada para tomar a vacina, e eu sei que isso não é muito normal, quem que gosta de tomar vacina? Eu gostei, mesmo que tive alguns efeitos colaterais, passaria por tudo novamente pois a vacina me ajudou a realizar um sonho que era para ter se realiza em 2020. Eu planejava fazer intercâmbio de high school nos Estados Unidos, mas daí veio a pandemia e eu passei o 1° e 2° ano do ensino médio em casa no remoto. Mas agora com a vacina já está tudo certo para ir ano que vem. É minha última chance e fico muito agradecida por ficar imunizada.” – Amanda Bonfim, 16 anos.

“Eu fico feliz, sinceramente, querendo ou não a maioria das pessoas estão voltando a seguir a vida normalmente como se nada tivesse acontecido, saídas frequentes entre adolescentes e enfim, não existe motivo pra justo a escola, um lugar que deveria ser considerado essencial, ficar fechada, principalmente pelo fato de estarem cumprindo com as normas e porque também o fato de ficar em casa principalmente para as crianças, gera diversos transtornos além de prejudicar a aprendizagem.” – Gabrielle Rebellato de Assunção, 17 anos.

“Acho que ninguém imaginava viver algo assim e cada dia é uma surpresa ou um choque diferente, ninguém tem ideia do que vai acontecer no dia seguinte ou de como seguir depois que tudo isso virar passado.”  – Letícia Goularte, 17 anos.

“Eu sinto que era necessário, pra entender melhor os conteúdos no colégio, mas acho o momento um pouco perigoso ainda, por não estarem pedindo comprovação de vacinação pra retornarmos.”  – Maria Eduarda Lipienski, 17 anos.

“Não é como se tudo fosse instantaneamente voltar ao normal, mas caso se trate da minha pessoa, espero que as coisas realmente melhorem porque eu tenho muita coisa pra viver.” – Kauany Santos, 17 anos.

“Eu fico feliz por ter tomado a primeira dose, porque já me sinto mais seguro e ansioso para a segunda.” – Daniel Ferreira, 17 anos.