Eventos como shows e festivais movimentam economia de Curitiba

por Davi Guiarzi Luiz Moreira
Eventos como shows e festivais movimentam economia de Curitiba

Eventos como shows e festivais modificam a rotina diária das pessoas que vivem e trabalham nas áreas que sediam as atrações

Por Davi Guiarzi, Gustavo dos Reis e Mariana Souza | Fotos: Davi Guiarzi

Grandes shows e festivais de músicas geram aumento no fluxo de pessoas e no movimento econômico em Curitiba.  Isso ocorreu, por exemplo, com a realização do festival de rap e trap Mad In Brazza, que reuniu cerca de 25 mil pessoas na Pedreira Paulo Leminski, em agosto.

O aumento no fluxo de dinheiro é elogiado pelo coordenador do curso de Ciências Econômicas da PUCPR, Jackson Bittencourt. Segundo ele, eventos de grande porte envolvem diversas atividades econômicas, como hospedagem, alimentação, transporte, varejo e serviços.

Jackson também enfatiza a geração de receita para os organizadores e para a Prefeitura da cidade, com impostos e taxas. A economia informal é beneficiada com a venda de camisetas, tatuagens, bebidas, lanches e souvenir. Por fim, acrescenta alguns itens impactados pelos eventos, como a criação de empregos e novos negócios (mesmo que temporários), a promoção da cidade, mais investimentos em infraestrutura e o desenvolvimento de setores específicos para eventos.

Moradora e lojista da região da Pedreira Paulo Leminski, Dona Rosa se encaixa na categoria da economia informal, pois lucra disponibilizando o uso de banheiros ao público que frequenta os shows. “O pessoal vem, pergunta do banheiro e acha que é de graça. Faz anos que ofereço banheiro. Comecei com R$ 1 real e fui subindo. Agora está a R$ 5. Se eu fizer, vamos supor, a R$ 2, isso aqui vira um caos, não aguenta. Se entupir, o prejuízo é grande, na faixa de uns R$ 300”.

Cidade precisa ter estrutura para suportar eventos

Festivais que eram novidade na época da Dona Rosa hoje se tornaram mais comuns na capital paranaense. No entanto, estes eventos não são fáceis de se realizar. Segundo Jackson Bittencourt, além do custo elevado, é preciso que a infraestrutura da cidade (estradas, hotéis, transporte público, aeroportos, etc) consiga suportar todo o fluxo criado.

Ele ressalta o surgimento de problemas ambientais na região, pois é descarregada uma quantidade considerável de resíduos não recicláveis nos locais e arredores dos festivais.

Por fim, Bittencourt diz que é preciso tomar cuidado com problemas inesperados, pois qualquer evento de grande porte está sujeito a imprevistos, como condições climáticas adversas, atrasos no cronograma, cancelamentos de última hora ou problemas de segurança.

Comerciantes reclamam de fechamento de ruas

Alguns comerciantes são impactados de forma negativa pelos eventos. É o caso de um estabelecimento com foco no turismo em frente à Pedreira. Gerente do espaço, Cassiana diz que, em dias com eventos, o comércio diminui seu horário de funcionamento em cerca de uma hora e meia, fechando às 17h – em dias comuns, fecha às 18h30.

Ela ainda explica que, nestes dias, o movimento diminui consideravelmente. ”Diminui tipo uns 90%, porque fecha a rua. Não tem turista. Nosso público geralmente é turista, a maioria de quem vem no show é a galera de Curitiba. O fluxo diminui bastante”.

Cassiana diz que, normalmente,  os finais de semana geram mais movimento. “Pelo menos umas duas vezes no mês, fecha a rua no sábado inteiro e acaba atrapalhando muito a gente, porque sábado é o dia que mais tem movimento”. Por fim, lamenta. “Atrapalha demais em dias de show assim. A gente fica até triste com a situação”.

Principais eventos do último ano

Curitiba recebeu uma série grandes shows  após a pandemia do Covid-19. Relembre na lista abaixo:

● Kiss: A turnê “End Of The Road World Tour” da banda de rock norte-americana Kiss aconteceu no dia 28 de abril de 2022, na Pedreira Paulo Leminski. Esse evento possivelmente marcou a despedida da banda ao Paraná, atraindo um público de mais de 20 mil pessoas. Estavam fãs de diversas partes do país e também de diferentes idades.

● Festival Coolritiba: As últimas duas edições do festival foram um tremendo sucesso, atraindo para a Pedreira Paulo Leminski aproximadamente 20 mil pessoas, que acompanharam as mais de 14 horas de música. O palco do local que é um dos maiores da América Latina ficou pequeno para tantos artistas que se apresentaram.

● Harry Styles: O artista inglês famoso pelo hit “As It Was” veio pela segunda vez ao país e se apresentou pela primeira vez em Curitiba. O show da turnê “Love On Tour” aconteceu no dia 10 de dezembro, na Pedreira Paulo Leminski. Mesmo com a chuva, o cantor ainda atraiu um público de 25mil pessoas.

● BackStreet Boys: No dia 26 de janeiro, a Pedreira Paulo Leminski foi palco do primeiro concerto internacional de 2023. O grupo musical norte-americano Backstreet Boys atraiu uma enorme multidão de quase 20 mil indivíduos no que foi a primeira vinda da boyband à Curitiba.

● Coldplay: Com dois shows repletos de hits e muitos efeitos visuais, os britânicos arrastaram cerca de 40 mil fãs ao Estádio Couto Pereira. Apesar de muitos fãs terem acampado na fila na esperança de garantir ingressos, eles não conseguiram, já que os ingressos se esgotaram rapidamente em um curto intervalo de tempo.