PIB do Paraná cresce em 2023 e fonte é o campo

O PIB paranaense PIB do Paraná apresenta um aumento de 8,6%, de acordo com os dados mais recentes, e tem a agropecuária como o principal fator contribuinte

Por Ingrid Poltl, Leonardo Chaves e Rodrigo Kuzma

O PIB do Paraná aumentou de 9,16% no primeiro trimestre de 2023, chegando a R$193,9 bilhões. Segundo o dado fornecido pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), a agropecuária foi a maior responsável por tal, cor- respondendo a 38,32%, seguida da indústria (7,95%) e serviços (4,89%). O PIB representa 7,6% do PIB nacional.

A economista Larissa Naves de Deus Dornelas, destaca que o resultado expressivo do setor agropecuário, foi a partir do cultivo de soja, da avicultura e da maior expansão do complexo de carnes. Já que a agropecuária foi responsável por esse aumento por conta da soja que obteve 22,5 milhões de toneladas colhidas e a pecuária com o abate de 547 milhões de cabeças de frango.

Em 2020 o PIB ultrapassou o Rio Grande do Sul e fechou em 487,93 bilhões, foi a segunda vez que isso ocorreu desde 2013.

No ano de 2021, o PIB variou 2,78%, com expansão de 6,79% na Agropecuária, de 2,90% no setor de Serviços e de 2,83% na Indústria.

Em 2022, o PIB cresceu em 1,42%, durante a quebra do verão o setor Agropecuário retraiu em -4,89%. A arrecadação de imposto apresentou uma variação de 0,56%, nesse período o PIB do Paraná equivalia a 6,52% do PIB nacional.

Especialista comenta sobre as consequências do clima no PIB

Muitos fatores como chuvas, secas, estiagem e geada são fatores ambientais que afetam a produção e acabam afetando o preço dos alimentos, as colheitas, os resultados e consequentemente o PIB.

De acordo com o engenheiro agrônomo Marcelo Krubniki Venante, “O clima tanto chuvas em excesso e ou seca podem reduzir drasticamente a produção agrícola, bem como o aparecimento de novas pragas e doenças também reduzindo a produção”, comenta Venante. “Com isso os agricultores teriam menor produção e consequentemente menor renda e isso impacta na redução do PIB no estado. O Agronegócio representa cerca de 33% do PIB do Paraná”.

Sobre os desafios enfrentados pelos agricultores em termos de tecnologia, práticas agrícolas e infraestruturas, Krubniki responde que, o agricultor precisa planejar a sua produção com antecedência, comprando os insumos com melhor assertividade, pois as oscilações dos preços dos insumos em decorrência dos eventos COVID e das guerras foi muito grande impactando no custo de produção.

“O Paraná é um grande produtor agrícola, com destaque para Soja, Milho e Trigo entre outras. Tem altas produtividades, nesta safra a tendência é uma peque- na queda na produção em torno de 2%, devido ao evento “El Niño” que projeta chuvas com maior intensidade para a Região Sul do País.”, comentou Marcelo. Também há novas culturas crescendo no Paraná como a Cevada em crescimento na Região dos Campos Gerais entre Ponta Grossa e Guarapuava.

Agricultura Familiar

A agricultura familiar contribui para o crescimento do PIB junto com as grandes fazendas e plantações. “Os alimentos produzidos são comprados para merendas escolares. Como exemplo, produzem principal- mente culturas como Feijão, Milho, Mandioca e Hortifruti.” compartilha Krubniki. E esse trabalho das famílias também contribui para evitar o êxodo rural. Cerca de 5% do PIB brasileiro é proveniente deles.

O fazendeiro Enor Azzolini disse que a agricultura é a primeira e maior in- fluência no crescimento do PIB no Paraná, já que é a principal atividade econômica do estado do Paraná. Ela influencia no setor de maquinário, de serviços, de veterinária, construção civil, porque se produz bem, e com o dinheiro rodando, vai atingir todos os setores, principalmente o comércio. Com o apare- cimento de novas tecnologias tudo melhora e a produtividade aumenta em conjunto. “Hoje dobrou a quantidade de sacos de soja por alqueire, aproximadamente 200 sacos.”

Enor apresenta o lado negativo que enfrenta no campo e na produção como geada, seca e quando não consegue colher de forma completa fica devendo ao cliente, gerando assim, mais prejuízo.
Uma alta no PIB costuma estar associada a diversos benefícios como geração de empregos, aumento da renda do país, mais impostos arrecadados e consequentemente, investimentos em infraestrutura, saúde e educação.

O crescimento deve ser administrado corretamente para que seja inclusivo e de forma sustentável. A alta é vista como um indicador da saúde econômica do país, aumento da produção de bens e de serviços.

O crescimento econômico deve ser equilibrado e ter foco a preservação do meio ambiente, com práticas sustentáveis e um bom planejamento.

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