Rafael Greca

por Lucca Marreiros
Rafael Greca

Rafael Greca (DEM) é candidato à reeleição para a prefeitura de Curitiba. Aos 64 anos, o experiente político busca assumir pela terceira vez o comando da capital paranaense. Foi prefeito pela primeira vez entre 1993 e 1997, pelo PMN. Além de passagens pelo Governo do Paraná, onde assumiu os cargos de secretário de Planejamento e Coordenação Geral do e secretário-chefe da Casa Civil, Greca também integrou o governo nacional em 1998, quando foi ministro do Esporte e Turismo. Voltou a concorrer pela prefeitura de Curitiba em 2016, onde venceu o deputado Ney Leprevost. Também já ocupou o posto de Deputado Federal.

Confira as checagens feitas pela nossa equipe:

 “A tarifa de R$ 4,50 no transporte público foi superada por uma tarifa técnica”.

Durante a sabatina realizada em 15/10 ao candidato pelo portal Uol em parceria com o jornal Folha de São Paulo, Rafael Greca, ao ser questionado sobre o valor de R$ 4,50 para passagens em transporte público, informou que este valor já havia superado por uma tarifa técnica. Tal tarifa reflete o custo total do sistema de transporte de Curitiba, como o reajuste de pessoal, custos com combustível e pneus, entre outros fatores. Tal cotação de R$ 5,30 permanece inalterada desde maio de 2020, a partir da resolução de nº 013/2020.

Estipulada pela primeira vez em 2010, os valores desta tarifa já sofreram diversas variações. Essas mudanças são justificadas a partir da consideração de que são necessários diversos fatores(como já explicitado). Além dos já citados no parágrafo anterior, são considerados ao final do processo fatores como a quilometragem percorrida pelas linhas, o número de passageiros que pagam a tarifa de forma integral, além dos custos pendentes ou variáveis e de pessoal de operação (administração, encargos e benefícios). 

O valor da cotação atual é, inclusive, o segundo mais alto de todos os registros, estando atrás apenas de seu antecessor. Pela mesma resolução, mas em 25/02, foi registrado um preço de R$ 5,47.

“Curitiba tem três mesas solidárias”

A jornalista Katna Baran questionou o candidato sobre uma declaração polêmica concedida no período eleitoral de 2016 sobre a situação dos moradores de rua na capital. Na ocasião, de acordo com presentes, Greca teria proferido a seguinte declaração:

 “Eu coordenei o albergue Casa dos Pobres São João Batista para a Igreja Católica durante 20 anos, e nunca cuidei dos pobres. Não sou São Francisco de Assis, até porque a primeira vez em que eu tentei carregar um pobre no meu carro eu vomitei por causa do cheiro”. 

À época, o candidato afirmou que a sentença foi tirada de contexto. Ele ainda enalteceu o valor bruto de 2.818 pessoas que foram retiradas das ruas e tiveram a chamada reinserção familiar, durante os ainda correntes três anos e meio de governo do prefeito. A partir desta contextualização, o candidato citou, sem entrar em detalhes o projeto da Mesa Solidária. Apesar do site oficial do projeto ressaltar a existência de duas fontes de entregas, diversas fontes e matérias confirmaram a inauguração da terceira, em maio deste ano.

Fruto de diversas parcerias, como a “Associação Comercial do Paraná (ACP) e a Associação Recreativa Desportiva 25 de Maio”, o projeto já é considerado um grande sucesso, sendo elaborado para distribuir refeições gratuitas a pessoas em situação de rua. Localizada na Praça Plínio Tourinho, e tem capacidade para servir atualmente 500 pessoas, sendo 100 por rodízio. As marmitas e lanches do Mesa Solidária são servidas gratuitamente, no contra-turno, nos restaurantes populares do Capanema (das 19h às 21h) e da Matriz (das 16h às 18h), “bem como no Centro POP Plínio Tourinho, no Jardim Botânico (das 19h às 21h)”, Portanto, são três pontos de atendimento na capital e sim dois. 

“Não teve hospital de campanha em Curitiba”.

Na Sabatina feita pelo UOL e a Folha de São Paulo, Rafael Greca afirmou que não houve hospital de campanha pois não existiu um colapso de saúde em Curitiba. Tal informação foi repassada em um momento em que se discutia as ações que o governo do prefeito executou durante o combate à pandemia na capital paranaense. Todavia, há certas confusões em respeito das definições e diferenças entre os conceitos de Hospital de Campanhas e Instalação de UTIs. Basicamente, o que ocorre é o seguinte: 

 – O conceito de Hospital de Campanha é uma instalação temporária de uma área hospitalar equipada para atender casos de média e baixa complexidade. Em contrapartida, as UTIs são Unidades de Terapia Intensiva destinadas a atender casos mais urgentes e de alta complexidade.

– Hospital de Campanha não tem UTI. Ele tem que ser anexo a um hospital com UTI e serve para aumentar a disponibilidade de leitos normais, para não ter superlotação. Normalmente, como bem destaca a diretriz lançada pelo Ministério da Saúde em 15 de junho e assinada pelo ministro Eduardo Pazuello, o Hospital de Campanha é uma unidade temporária e que deve ser implementada em áreas abertas, como campos de futebol profissional, por exemplo.

Entretanto, de acordo com as diretrizes da mesma portaria ( nº 1.514) nenhum dos centros de atendimento instalados e inaugurados em Curitiba (Instituto de Medicina e Hospital Vitória) durante a pandemia, se encaixam nos critérios de Hospital de Campanha definidos em lei federal, nos art. 5 e 6 desta legislação. Além disso, se constata que os hospitais citados na reportagem da Tribuna são unidades permanentes, com leitos próprios fixos e unidades de terapia intensiva. Portanto, não podem ser considerados hospitais de campanha.

Por Daniela Cintra, Diogo Santos, Isabella Serena e Lucca Marreiros. Foto destaque: Reprodução/ TSE