Setor de orgânicos tem crescimento de 10% durante a pandemia

por Beatriz Bleyer
Setor de orgânicos tem crescimento de 10% durante a pandemia

Região Sul é a que mais consome alimentos orgânicos no Brasil, com 23% do total

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Por Beatriz Bleyer, Bruna Taschner e Lorena Rohrich

O setor de produtos orgânicos cresceu cerca de 10% desde o início da pandemia, segundo dados levantados pela Organis, Associação de Promoção dos Orgânicos. As vendas em varejo cresceram mais de 50% e a demanda triplicou no primeiro semestre de 2020. Para o presidente da organização, Clauber Cobi Cruz, a tendência é que o número cresça ainda mais até o fim do ano. Por conta da pandemia de coronavírus (Covid-19), 84% dos brasileiros assumem interesse em comprar alimentos de origem orgânica pela saúde, que está sendo o maior cuidado da população durante a pandemia. 

Segundo Cobi Cruz o setor já vinha crescendo. Antes da pandemia a Organis estimava que neste ano o setor de orgânicos cresceria 20%. Até o mês de agosto o setor já cresceu 10% e o diretor está otimista com o mercado para os próximos meses. “Ainda teremos 10% até o fim do ano.” 

O diretor ainda explicou que a Organis observou durante a pandemia um crescimento de produtos práticos, os orgânicos industrializados, já que muitas pessoas começaram a cozinhar mais na quarentena, mas não podem frequentar os estabelecimentos. “Houve um aumento de quase 80% nesse setor [industrializados]. Além disso, a alimentação com base em legume e verdura também cresceu, “e a alimentação saudável ajuda no aumento de imunidade.”

A baixa movimentação de pessoas indo no mercado levou o canal de venda dos cesteiros, produtores de orgânicos que vendem os produtos por cestas semanais, a aumentar durante a pandemia. “Alguns produtores tiveram que triplicar a produção por conta dessa demanda”, explicou Cobi Cruz. 

Uma pesquisa realizada pela organização mostrou que a maioria dos consumidores de orgânicos preferem ter um contato visual antes da compra dos produtos, mas, para o diretor da Organis, é possível que os canais de delivery virem tendência. “A gente vive em um cotidiano que exige muita praticidade.”.

Para Valéria Ferreira o delivery assegura essa praticidade no dia-a-dia e “garante o consumo de produtos sempre frescos”. Segundo Ferreira, o que a motivou a consumir exclusivamente alimentos de origem orgânica foi a saúde. De acordo com a consumidora a alimentação saudável sempre esteve em suas refeições, “mas o preço dos orgânicos sempre foi muito alto”. Neste ano, ela resolveu ir atrás de produtores paranaenses para fazer uma conexão mais próxima dos produtos e dos produtores. “O medo é você pagar por um valor mais alto e não ser orgânico, por isso fui até os locais de produção”.

Para Cobi, outro indício que indica o aumento no interesse público sobre produtos orgânicos é o número de visitas no site da Organis. No início do ano passado, o site recebia em torno de 10 mil visitas, agora o número duplicou, chegando a quase 20 mil. Para o diretor esse é um indício de que não só a demanda de produtos aumentou, mas pelos dados. “As pessoas estão fazendo um ‘curso de freguês’, lendo mais rótulos, indo atrás, querendo saber mais. Os produtos orgânicos cresceram na mente dos consumidores.”

Intertítulo

O fundador de uma marca de produtos orgânicos de Campo Magro, Yohan Sebastian Siewerdt, viu no crescimento do setor uma oportunidade de negócio durante a pandemia. Ele e seu pai, João Moreira, fundaram em junho a Graciosa Orgânicos a fim de conseguir uma renda extra no período de quarentena. A empresa é responsável por fazer a mediação entre os dois produtores, Carlinhos e Silvia, vizinhos dos fundadores, com os clientes.

Para o fundador, a importância da alimentação baseada em produtos orgânicos se estabelece pela pureza dos alimentos, que são cultivados sem pesticidas ou agrotóxicos. “É mostrado por pesquisas científicas que faz mal à saúde [esses elementos químicos].” Além disso, a marca incentiva os produtores locais e “principalmente aqueles que lutam para produzir esses alimentos livres de toxinas”.

Para Cruz, o consumo de cestas durante a pandemia aumentou, e foi a salvação de muitos negócios, já que a população reduziu as idas ao mercados e compras. Segundo Siewerdt, as entregas das cestas estabelecem maior conexão com os consumidores já que “os clientes recebem os produtos em menos de 2 horas após a colheita”. Para o empresário, a ideia de cestas virará tendência no mercado, já que esse sistema garante maior praticidade ao consumidor, que “agora busca por alimentos mais frescos e saudáveis”.

O Cenário Atual 

De acordo com o Clauber Cobi Cruz, da Organis, o Ministério da Agricultura não faz os levantamentos de dados sobre esse setor. Assim, para suprir a demanda, a própria associação começou a levantar os dados. 

O setor de orgânicos cresceu cerca de 15% desde 2018. Segundo a pesquisa da organização, realizada em XX, a região sul é a que mais consome alimentos orgânicos no Brasil, 23%. Seguindo, o Nordeste, com 20 %, o Sudeste com 19%, o Centro Oeste 17% , e por último Norte com 14%.

O estudo tentou entender os motivos pelo qual a população não consome ou não consome em maior quantidade os produtos orgânicos. Os números mostram que 65% das pessoas não optam por causa do preço e 27% por dificuldade de encontrar. Em contrapartida, o principal motivo pelo qual os brasileiros assumem interesse em comprar alimentos de origem orgânica é a saúde, 84%. 

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