Símbolos da Lava Jato, Moro e Dallagnol são eleitos no Paraná

por Isadora Mendes
Símbolos da Lava Jato, Moro e Dallagnol são eleitos no Paraná

Ex-juiz Sergio Moro (União) e ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos) são os candidatos mais votados no estado, para os respectivos cargos

Por: Isadora Mendes | Foto: Bruna Telles e Reprodução

Considerada uma das maiores operações em combate à corrupção no país, a despeito de críticas e controvérsias, a Operação Lava Jato segue mostrando força no Paranám com a eleição do ex-juiz Sergio Moro (União) e do ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos), neste domingo (2).  Eles se elegeram senador e deputado federal, respectivamente.

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Com mais de 1,9 milhão de votos, Sergio Moro foi eleito Senador e permanece no cargo por oito anos. O ex-juiz esteve atrás na maioria das pesquisas eleitorais realizadas no período pré-votação, que colocava Alvaro Dias (Podemos) como possível vencedor. 

O ex-ministro da Justiça garantiu 33,50% dos votos, contando com mais de 260 mil votos de diferença para Paulo Martins (PL), o segundo colocado, que recebeu 29,12% dos votos.

Após a votação, Moro afirmou que será oposição ao governo de Lula (PT), caso o candidato seja eleito novamente. O ex-juiz da Lava Jato foi responsável pelo julgamento e prisão do ex-presidente em 2018. 

Dallagnol liderou a disputa entre os candidatos a deputado federal por grande parte da apuração dos votos. O ex-procurador foi eleito com mais de 344.915 votos, com mais de 80 mil votos de diferença para a segunda colocada, Gleisi Hoffman (PT). 

Apesar de eleito, Dallagnol aguarda o julgamento do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR). O ex-chefe da operação pode ter a candidatura impugnada e se tornar inelegível. O processo pode alterar o quociente eleitoral do estado.

Operação Lava Jato 

Iniciada em 2014 no Ministério Público do Paraná (MP-PR), a Lava Jato tinha como objetivo investigar organizações criminosas, empresários, doleiros e políticos envolvidos em esquemas corruptos. Durante o período de seis anos, Curitiba e Rio de Janeiro dividiram o posto de julgamentos em primeira instância.

A força-tarefa acumulou 285 condenações com penas que chegam a cerca de 3.100 anos de prisão, em mais de 60 fases da operação. Estiveram envolvidos nomes como o doleiro Alberto Youssef, o ex-ministro Antonio Palocci, o ex-executivo da Petrobrás Nestor Cerveró, o empresário Marcelo Odebrecht, o ex-presidente e atualmente candidato Lula, entre outros.

Após a eleição de Jair Bolsonaro (ex-PSL, atual PL), em 2018, Sergio Moro deixou o cargo na famosa operação, e foi nomeado ministro da Justiça e Segurança Pública. Com pouco mais de um ano, o ex-juiz deixou o governo com a popularidade e a aliança com Bolsonaro abaladas. 

A partir de 2019, a Operação passou a perder parte do orgulho nacional que carregava após o escândalo da Vaza Jato, quando conversas entre Moro, Dallagnol e outros integrantes da força-tarefa foram vazadas.

Em 2020, Sergio Moro deixou o cargo de ministro de Justiça de Bolsonaro e passou a cortar qualquer tipo de relação com o ex-aliado e atual presidente. No mesmo ano, Dallagnol deixou de chefiar a força-tarefa e, em dezembro de 2021, se filiou ao Podemos após exoneração do Ministério Público Federal. 

O ex-ministro chegou a se filiar ao Podemos, partido do até então adversário Alvaro Dias, em 2021, em busca da candidatura à presidência, mas no penúltimo dia do prazo de filiação deixou o partido em direção ao União Brasil. 

Mesmo após escândalos internos entre julgamentos e governos, o nome da Operação Lava Jato segue forte no Paraná a ponto de eleger Sergio Moro e Deltan Dallagnol com quase 2,3 milhões de votos somados.