Manifestações antidemocráticas que bloquearam rodovias do Paraná perdem força

Centenas de manifestantes insatisfeitos com o resultado das eleições presidenciais chegaram a impedir a passagem de veículos em 145 pontos de rodovias no estado

Por Caio Yuke e Setta | Foto: Divulgação/PRF

Os transtornos causados pelas manifestações bolsonaristas nas rodovias do Paraná começaram a diminuir nesta quinta-feira (03). Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), 145 bloqueios chegaram a ser registrados nas estradas que cortam o estado desde segunda-feira (31/10), um dia após encerradas as eleições presidenciais. Nesta quinta, apenas um ponto de bloqueio parcial ainda era registrado, em Tijucas do Sul, com acostamentos ocupados por manifestantes.

Embora no Paraná a situação esteja controlada, a concessionária que administra as BRs 116, 101 e 376 no sul do país, Arteris Litoral Sul, ainda registrava alguns pontos de bloqueio que continuavam atrapalhando motoristas e passageiros que precisavam sair ou chegar a Curitiba. A maioria deles foi mantida em Santa Catarina, em Garuva (o mais crítico), Joinville, Itapema e Porto Belo. A concessionária tem a seu favor liminares judiciais que determinam a liberação das rodovias. “A Arteris informa que obteve na Justiça liminares favoráveis à liberação dos trechos interditados em função de manifestações e já acionou as autoridades policiais conforme protocolo. A companhia segue apoiando as autoridades no restabelecimento das condições de tráfego e atualizando seu canais de comunicação com os usuários (site, painéis de mensagem e perfis no Twitter)”, diz nota divulgada pela empresa.

“Comecei a conversar com os caminhoneiros como se eu fosse bolsonarista para conseguir convencer os manifestantes a me deixarem fazer o retorno para Joinville.”

Felipe Kohn
Estudante de Administração

 

Mobilização antidemocrática

Após o resultado das eleições presidenciais que elegeram o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), Luiz Inácio Lula da Silva, eleitores do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), obstruíram vários pontos das rodovias por todo país, impedindo a circulação de veículos de carga e passeio. Os bloqueios feitos com barreiras de pneus queimados e veículos atravessados na via causaram problemas para quem precisava passar pelo trechos interditados. O estudante de administração em Curitiba e mesário em Joinville Felipe Kohn conta que ficou bastante frustrado com a tentativa fracassada de retornar à capital paranaense.

“Depois de muito tempo parado, achei que passaria a noite ali (na estrada), mas não queríamos por ser um pouco perigoso”, afirma Kohn. “Dava para sentir o cheiro de pneu queimado e ouvir barulhos de fogos e disparos de armas de fogo, provavelmente para o alto. Depois de conversar com os caminhoneiros, consegui alcançar o retorno para Joinville.”