O prejuízo nas academias devido ao Covid-19

por Lucca Marreiros
O prejuízo nas academias devido ao Covid-19

Fechadas por serem locais de fácil aglomeração, algumas academias de Curitiba já preveem mais de 90 mil reais em prejuízos

Por Daniela Cintra, Diogo Santos, Isabella Serena e Lucca Marreiros

Muitas academias suspenderam as atividades presenciais, respeitando o decreto do governo estadual que suspende as atividades realizadas especialmente em espaços fechados. A medida assinada pelo governador do estado está em vigor desde março. Em uma pesquisa realizada pelo grupo, foram analisadas o funcionamento de 20 academias dentro da cidade de Curitiba.O resultado demonstra que nenhuma delas está realizando atividades presenciais, sendo que algumas adquiriram a prática de aulas online. No Paraná, de acordo com dados divulgados pelo SEBRAE, em 2012 o número de academias no estado era de 1243.

De acordo com Carlos Randero, gerente em uma franquia da maior rede de academias da América do Sul, o prejuízo já passa de 150 milhões de reais se somada todas as unidades do país. Atualmente a rede conta com 2 milhões de usuários que serão reembolsados devido à paralisação. “Na franquia temos 783 alunos matriculados, o prejuízo será alto, só neste mês devemos reembolsar em torno de 90 mil reais, fora os custos com funcionários e aluguel.” 

O proprietário da Wellness Personal Studio Pedro Kuster revela que reduziu as cobranças aos clientes, justamente por não estar conseguindo marcar os encontros presenciais, mesmo com uma surpreendente adesão de mais alunos: “Atualmente tenho entre 35 a 40 alunos e estou cobrando 40% do valor inicial para ajudá-los a superar este momento difícil”.Ele também afirma que por ter um perfil muito ativo, não poder estar presencialmente com os alunos “é uma grande tristeza”. “É uma situação que incomoda. Não estar presencialmente com os alunos é uma grande frustração”.

A telefonista Marcela Leandry é frequentadora assídua de uma academia no bairro Capão da Imbuia. Ela realiza os exercícios físicos como pode dentro de casa para manter a forma, já que o estabelecimento que frequenta, também foi fechado devido à pandemia. “Estou tentando me adaptar da melhor forma possível. Com a ajuda da minha professora, faço o treino improvisado com garrafas, mochilas pesadas, banquinho e estou buscando manter a minha dieta”. 

O personal trainer, Luis Gustavo Bini, afirma que teve uma grande queda de receita e que isso o vem atrapalhando: “Alguns dos meus alunos cortaram as aulas e não aceitaram ser atendimentos no formato online, isso me preocupa muito, pois minhas contas não acabaram”, explica o personal,  que mesmo com a negativa de alguns alunos,  buscou focar mais no trabalho a distância. “Estou tendo que me reinventar desde de o começo da quarentena. Eu já trabalhava com alguns alunos no formato de consultoria online, mas nunca foi o meu carro chefe.” A orientação dada, por Luis é o diálogo, já que conversa com seus alunos pelo menos duas a três vezes na semana para saber como está sendo o treino fornecido, se disponibilizando a tirar dúvidas. 

Em entrevista à RPCTV no início deste mês, o secretário estadual de saúde do Paraná, Beto Preto afirmou que o decreto ainda está em vigor e que ainda não foi encontrada uma ação que vise flexibilizar atividades em ambientes fechados. “ Ainda não encontramos um momento para liberar essas atividades pois ainda estamos na curva ascendente de casos de coronavírus no Paraná”. Segundo a secretária de saúde de Curitiba, Márcia Huçulak, não há possibilidade de reabertura das academias em Curitiba antes do dia 20 de maio.

Durante o início da segunda semana de maio, o presidente Jair Bolsonaro colocou as academias em uma lista de serviços essenciais, com prioridade para serem reabertas. Porém, alguns estados como o Paraná, decidiram não seguir, por ora, as orientações do presidente da república. Em nota divulgada na terça-feira(12), a prefeitura de Curitiba declarou que “todas as medidas de combate ao novo coronavírus são discutidas e avaliadas permanentemente” e que “nesse momento continuam sendo consideradas essenciais apenas as atividades listas no Decreto Municipal 470″.