Paraná seguirá sem representantes da esquerda no Senado Federal

por Luiza Braz
Paraná seguirá sem representantes da esquerda no Senado Federal

Cadeiras do estado serão ocupadas na próxima legislatura por dois candidatos do PODEMOS e um do União Brasil

Por: Luiza Braz | Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Com a eleição de Sergio Moro em 2022, o Paraná seguirá sem representantes da esquerda no Senado Federal para a próxima legislatura. Eleito com 1,9 milhão de votos (equivalente a 33%) o ex-juiz federal e ex-ministro da Justiça é filiado ao partido União Brasil.

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Durante a sua candidatura, Moro reforçou a importância de priorizar a segurança pública e destacou seus trabalhos realizados como Juiz Federal na Operação Lava Jato, se apresentando como um candidato contrário  ao ex-presidente Lula e ao Partido dos Trabalhadores.

Moro se junta em Brasília aos senadores Flávio Arns e Oriovisto Guimarães, ambos do partido PODEMOS e eleitos em 2018.

A última representante da esquerda no Senado Federal pelo estado do Paraná foi a ex-senadora e atual deputada federal Gleisi Hoffmann, que esteve na casa legislativa no período de 2011 a 2018, pelo Partido dos Trabalhadores.

Este ano, os candidatos de esquerda do Paraná não apareceram como fortes nomes nas intenções de voto, deixando o protagonismo para os ideais de centro-direita e direita.

A carreira de Moro

Como juiz federal especializado em crimes financeiros, Sérgio Moro foi responsável pelo julgamento do caso do Banco do Estado do Paraná (Banestado) no início dos anos 2000, a operação Farol da Colina (desdobramento do primeiro caso), uma das condenações do traficante Fernandinho Beira-Mar e principalmente Operação Lava Jato.

Na Operação Lava Jato, Moro foi responsável por 175 prisões de empresários, lobistas, políticos e doleiros. Dentre elas destacam-se as de Marcelo Odebrecht, Nestor Ceveró, Mônica Moura, José Dirceu, Alberto Yousseff e Eduardo Cunha.

Depois de 22 anos na magistratura e com o convite do presidente Jair Bolsonaro, Sérgio Moro deixou o cargo de juiz federal para assumir o cargo de Ministro da Justiça em 2019.

Em 2020, pouco tempo após ter assumido o cargo de Ministro, deixou o ministério em decorrência de desentendimentos com o presidente da república.

Disputas eleitorais em 2022

A disputa pelo senado nestas eleições teve uma polarização atípica para os cargos do Senado Federal, pois teve o predomínio de candidaturas de centro-direita, direita e extrema direita. 

Os principais nomes na corrida eleitoral foram Alvaro Dias pelo PODEMOS, representando uma política mais tradicional, Sérgio Moro, filiado ao União Brasil, que contou com votos dos apoiadores da Operação Lava-Jato e Paulo Martins, do Partido Liberal, que atraiu votos dos eleitores do candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro.

Com a vitória neste domingo (02) Sérgio Moro inicia sua carreira política e consequentemente seu primeiro mandato no Senado Federal. Essa foi a primeira candidatura em qualquer cargo político de Sérgio Moro. O candidato derrotado Alvaro Dias estava tentando sua quinta reeleição como senador. O candidato derrotado e deputado federal Paulo Martins não havia disputado até então uma vaga para senador.